É o Vento.

Noite de julho

De um inverno muito frio

Ouço um assobio

Fico de ouvido atento

Puxo um banco, me sento

O assobio continua

Abro a porta, vou na rua

E confirmo é o vento.

A fumaça volta na chaminé

A poeira sai do chão

Vai deitando plantação

A folha voa ao relento

Fecho a porta, fico atento

Sinto a casa balançar

Quando escuto alguém falar

É o vento é o vento.

Uma vez forma uma brisa

Outra vez já vem mais forte

Se esquenta vem do norte

Minuano frio não aguento

Faço fogo me esquento

Vou tratar da criação

Bate a porta do galpão

Não me preocupo, é o vento.

Correm as nuvens no céu

Vai se abrigando o gado

Só pode ser um tornado

Que levanta o pó areento

Olho para o firmamento

O céu parece girar

Quando paro pra escutar

É que percebo é o vento.

Sobem as ondas no mar

Aumenta a maré na lagoa

O barco a vela numa boa

Vai andando ao relento

Uso o meu conhecimento

Pra descobrir a razão

Quando vem um furacão

Levo um susto. é o vento.

Verão quente, sol de racha

O suor escorre na testa

Na casa que não tem fresta

Qualquer um fica sedento

Água fresca trás alento

Mas não para a falta de ar

Abro a porta pra refrescar

Ainda bem, que existe o vento.

Poeta Edgar
Enviado por Poeta Edgar em 09/01/2016
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