DE QUANTOS SILÊNCIOS SOMOS FEITOS?
São leves e serenos, os teus olhos,
quando se espraiam no sal e na espuma dos meus,
como se reconhecessem todos os silêncios
que não necessito contar.
De quantos silêncios somos feitos?
Em quantas ausências nos enclausuramos
na porta fechada da imprecisão do tempo
que constantemente insistimos fechar?
Em cores de veludo e prata, a madrugada
anuncia ao dia nascente
que os amantes não têm hora
para partir e para chegar,
porque todas as horas lhes pertencem...
No verde, nas pedras, na água, na areia da enseada,
é indizivelmente seu cada lugar
Em que dia nasci em ti e me tornei tua?
Em que dia nasceste em mim e te tornaste meu?
Quem sou eu que nascida de ti me tornei tu?
Quem és tu que nascido de mim te tornaste eu?
São leves e serenos, os teus olhos,
quando se espraiam no sal e na espuma dos meus.
© Ana Flor do Lácio
São leves e serenos, os teus olhos,
quando se espraiam no sal e na espuma dos meus,
como se reconhecessem todos os silêncios
que não necessito contar.
De quantos silêncios somos feitos?
Em quantas ausências nos enclausuramos
na porta fechada da imprecisão do tempo
que constantemente insistimos fechar?
Em cores de veludo e prata, a madrugada
anuncia ao dia nascente
que os amantes não têm hora
para partir e para chegar,
porque todas as horas lhes pertencem...
No verde, nas pedras, na água, na areia da enseada,
é indizivelmente seu cada lugar
Em que dia nasci em ti e me tornei tua?
Em que dia nasceste em mim e te tornaste meu?
Quem sou eu que nascida de ti me tornei tu?
Quem és tu que nascido de mim te tornaste eu?
São leves e serenos, os teus olhos,
quando se espraiam no sal e na espuma dos meus.
© Ana Flor do Lácio