NO CÉU DESSE CHÃO
Não menina, não pise nesse chão quase céu. Não pise.
Não vê que é imaculado e ninguém o manchou ainda?
Tão puro o dia ficou, lá atrás, naquele tapete verde
E, cálida, caiu a neblina bordando a manhã de sol e lã.
Fuja, menina, leve esse seu olhar além dos montes,
Esqueça o brinquedo que ali deixou escondido e vá.
Dobre a próxima esquina, corra, menina, é tempo ainda!
Mas não pise no céu desse chão, aí já não cabem seus pés.
Dalva Molina Mansano