Rascunhos
O que eu escrevo não são obras
São apenas rascunhos
O quão convencido seria eu
Querer me comparar aos grandes?
Sou pequeno e é isso mesmo!
Vivo às margens, colhendo frutas das árvores
Me alimento de tudo, até as sementes
Pequeno, mas de barriga cheia
Arroto de satisfeito
Palavras como sinfonias ao vento
E a música chega aos ouvidos dos pássaros
Que agitados, voam para longe
E já me dou por contente
Ser pequeno é ser alguém
E que nunca me falte alimento
Pois assim já não posso ir
E como as águas do rio
Vou me arrastando pelas margens
E como as folhas das árvores a cair
Meus rascunhos vão bailando no vento
E que estes sirvam de alimento
Para algum outro ser pequeno!