Quebra-Cabeças
Talvez se minhas simples palavras fossem sólidas
Como os poemas dos velhos livros da prateleira
Poderia eu abrir os portões do meu ser
Donde habita o inseguro, o nunca visto
E como telas que um dia algum pintor ousou criar
Transpassasse a pura essência de todos esses sentidos
Trancados há muito em algum lugar escuro aqui dentro
E dentre todos os viajantes que vão e vem por aí
Mundo afora, buscando algo ou alguém
Somente um findasse seus olhos a obra de meu ser
E puro, como gotas de chuva, um brilho nos olhos lhe abrigasse
E esta obra que só minha já não seria
Os olhos desse tal viajante poderiam decifrar
Como um quebra-cabeças