O Complexo Roteiro do Nômade
Haveria um grande
interesse em definir
o propósito da travessia
Mas, a austera proposta
daqueles menus
recheados de opções
invariáveis,
traduziriam a receita
para seu preparo...
A mudança não interfere
nos questionamentos
Há sempre um ar estável
diante de tantas vertentes...
Empregam-se as mesmas
rotinas em escalas
inapropriadamente ecléticas
Sensivelmente amargo
e indevido à rupturas
e barreiras,
é compreensível não alcançar
o estar das coisas
...
E o nômade,
incrédulo e cambaleante,
segue seu rumo:
a travessia
Inquietante e voluptuosa
maneira de se apresentar
assim...
descontente
Regido por todos
os impossíveis acordes,
orienta seus passos
em fadiga para
o lugar nômade
...
Não há mais
o que saber...
O nômade já conhece
o que não muda
Conhecido já é
o que não será mudado
Vai adiante e não
se surpreende com nada!
Vai, fica, volta
e retorna,
apenas para exercitar
a esperança que aprendeu,
porém,
não sentida
Ilude-se com sua
própria capacidade de
crença e
ainda assim,
o renascimento permeia
seus pensamentos
Mas,
não há mais fé
para o nômade,
devoto a uma inaptidão
para o manifesto
E observa silenciosamente
a insistência da sobrevivência
de uma raça apta a sua
própria destruição
Desconhecem
a si mesmos
Não se reconhecem
no que lhes é
coletivamente
necessário
Na verdade,
decadentes seres
descontentes seres
cumprindo ciclos
de sobrevivência nômade
Erica