O Complexo Roteiro do Nômade

Haveria um grande

interesse em definir

o propósito da travessia

Mas, a austera proposta

daqueles menus

recheados de opções

invariáveis,

traduziriam a receita

para seu preparo...

A mudança não interfere

nos questionamentos

Há sempre um ar estável

diante de tantas vertentes...

Empregam-se as mesmas

rotinas em escalas

inapropriadamente ecléticas

Sensivelmente amargo

e indevido à rupturas

e barreiras,

é compreensível não alcançar

o estar das coisas

...

E o nômade,

incrédulo e cambaleante,

segue seu rumo:

a travessia

Inquietante e voluptuosa

maneira de se apresentar

assim...

descontente

Regido por todos

os impossíveis acordes,

orienta seus passos

em fadiga para

o lugar nômade

...

Não há mais

o que saber...

O nômade já conhece

o que não muda

Conhecido já é

o que não será mudado

Vai adiante e não

se surpreende com nada!

Vai, fica, volta

e retorna,

apenas para exercitar

a esperança que aprendeu,

porém,

não sentida

Ilude-se com sua

própria capacidade de

crença e

ainda assim,

o renascimento permeia

seus pensamentos

Mas,

não há mais fé

para o nômade,

devoto a uma inaptidão

para o manifesto

E observa silenciosamente

a insistência da sobrevivência

de uma raça apta a sua

própria destruição

Desconhecem

a si mesmos

Não se reconhecem

no que lhes é

coletivamente

necessário

Na verdade,

decadentes seres

descontentes seres

cumprindo ciclos

de sobrevivência nômade

Erica

Ricaeh
Enviado por Ricaeh em 07/01/2016
Reeditado em 08/01/2016
Código do texto: T5503594
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