PROCURA INFINDA

PROCURA INFINDA

Procuro razões

E não as encontro

Encontro senões

Nas cenas que vivo

Mais que vivo

Sobrevivo

E sigo perseguindo

Na busca incessante

E nada encontro

Sou um afronto

De desrazões

A natureza me recebe

De braços abertos

E eu tão junto

Tão perto

Não consigo racionalmente abraça-la

E desfruta-la em plenitude

Pobre bípede desemplumado

Nada mais é

Que um celerado

Vivendo num ambiente

Que não é seu

É invasor

É mero predador

Das dádivas do senhor

Não há que procurar razões

Tampouco saídas

Pecar é seu destino

Destruir, sua fonte de vida

A tudo invade

Por “razões” desconhecidas

É morto em vida

Num azul tão lindo

E não sabe nada de nada

Apenas pensa que sabe

E ilude-se acreditando ser

Parte do criador

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 07/01/2016
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