TRATADO DO SENSO COMUM
 
 
As cátedras do volume
dos antigos proliferam
como cartazes da propaganda
de seu absurdo
dizem amém todos os dias
as famílias que inauguram
outra fonte
pra sua riqueza vingar
dizem amém todos os dias
a fortaleza está de pé
compramos almas
na calma furtiva
das agonias viventes
de alegria contidas
existe um espaço de felicidade
ela mora dentro da caverna
onde a luz será levada
deverá mantê-la acesa
toda falsidade
mudará de lugar
o que é falso
apaga-se com o tempo
prendemos a verdade
na masmorra “sem ventos”
protegido por guardas
que sabem o gosto
do sangue que vem vindo
sorrindo pelo teatro armado
será um sorriso guiado
o louco passa a ser
qualquer um que possa ser
vendido
 centavos jogados na calçada
“comida deixada
como vitrine de humildade”
volte atrás p’ra ter coerência
estúpidas formas
não tem pés ligeiros
custa caro ser original
o mal deseja ser bem recebido
pelo bem que faz
na paz nos erros contínuos
o amor viverá como antídoto
de tudo que corrompe
qualquer ser vivo
o amor ganhará formas
belas feias normas
o amor será escrito
terá evidências concretas
saberemos quando agir
o amor será vencido!