ALMA ACUADA

Do vazio de seus ocos vem
Tão fácil sugestão, ‘engula isso e aquilo’,
Três vezes triste,
Contrito trismegisto em mito, mestre do pitaco
Gratuito, borborigmos de seu vácuo
Propondo ao outro
O que lhe aflige a alma acuada.
 
Do vazado de seus desarrazoados olhos
Ofendidos  pelo vestígio
Do dia que lhe escapa –
Vulto heróico, feudal, de olho puxado,
Viril – puxou à puta que o pariu –
Não diz bem a que veio
E, pop, já partiu.
 
Do vazio de seus ocos pouco eco
Se quando muito baques
E achaques de iluminação – que não
‘Conspurca’, embora a letra porca...
E não ‘conspira’, na moda que expira,
E não ‘transcende’, se ofende
O que não compreende. 





 
Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 06/01/2016
Reeditado em 28/02/2016
Código do texto: T5502098
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