Tequila

Cactos sangrentos e solitários

nos desertos chuvosos do Caribe

e um mundo transpassando um gole

de tequila com limão e sal dos deuses

que sorriem lendo Nezahualcóyotl

numa caverna nos confins de Texcoco

onde borboletas são de cores raras

e nas paredes poesias eternizadas

de um tempo emprestado pelo tempo

onde as areias são o âmago do vento

e carregam ferrugem e flechas kamikazes

em copos e mais copos de tristeza

afogadas em uma mesa do Kinky Bar

as nove horas dos horrores pela noite

ali sentado esperando o trem passar.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 06/01/2016
Código do texto: T5501947
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