Tequila
Cactos sangrentos e solitários
nos desertos chuvosos do Caribe
e um mundo transpassando um gole
de tequila com limão e sal dos deuses
que sorriem lendo Nezahualcóyotl
numa caverna nos confins de Texcoco
onde borboletas são de cores raras
e nas paredes poesias eternizadas
de um tempo emprestado pelo tempo
onde as areias são o âmago do vento
e carregam ferrugem e flechas kamikazes
em copos e mais copos de tristeza
afogadas em uma mesa do Kinky Bar
as nove horas dos horrores pela noite
ali sentado esperando o trem passar.