Da anunciaçao
Ainda assim, o amor virá
Para compreender os homens
E completar a sagração da terra
Virá como uma estrela ou uma explosão
Será como o menino que nasceu da lágrima
Ou lágrima que surgiu de uma canção
Há de ser verso, ou de ter gritos
Estrofes infinitas para se declamar
Onde o sol nasce e a lua se põe
Virá urgente na noite inesperada
Quando o olhar já está prenhe de escuridão
E a boca faminta se perdeu dos beijos
No desencanto da dor
Há de realinhar os dias de inverno
E dar o ponto certo de nascer a flor
Virá como ave faminta, para dilacerar
Os olhares impudicos dos pecadores
E não deixar procriar os maus, entre as alcovas
Sem se anunciar este amor será simples
Como a neve que se esvai com o verão
As chuvas, anunciando a florada da primavera
O olhar dos pássaros que te espiam
Com a colheita do trigo entre as mãos