A morte dos sonhos
( Prosa )
Como podia algo aparentemente tão simples
Reportar alguém, à tantas lindas lembranças.
Sentia sempre uma estranha, mas feliz sensação
Enquanto via os restos das suas flores
Varridas pelos ventos, pararem num canto do quintal.
Concentrava a sua atenção e pensamentos
Àquelas cores desbotadas e o cheiro de mato,
Era tão gostoso,
Sempre lembrava dele e de suas poesias,
De suas conversas que lhe davam vida!
Era como se ao invés de jogar aquilo tudo fora,
Enviasse com elas, mensagens através do tempo,
Em pensamentos de amor.
Era como uma promessa de poder unir suas vidas
Mesmo que fosse por algumas horas, de um dia.
Até brincava dizendo;
-Vento, esses restos não são restos
São inspirações para obras de poetas crédulos
Nas suas fantasias. Vento,
Leve-as consigo, lindas, meio frescas, ainda com vida,
Elas serão sementes daqui a pouco
Renovarão sonhos em outro quintal.
Agora tudo morria em sua alma.
Porque me deixou tão sozinha? Sem ele,
O que fazer com a minha vida.
Pensou na duração do que se sonha acordado,
Enquanto olhava o acúmulo de flores e folhas secas
Causando tanta dor, ao seu coração,
Deixando sem vida o seu olhar.
Era tal e qual a duração das borboletas,
Desilusão que de tão cruel
A ajudava a varrer junto com elas, o que não tinha mais
Qualquer sentido, tudo era somente lixo.
As folhas, as flores, as borboletas...
Dia após dia, definhando vinha a esperança.
Como é triste sentir-se morrendo
Junto com os sonhos dum amor não acontecido
E tão forte assim dentro, invadindo tudo.
Liduina do Nascimento