Onde se perdeu o sonho?...
Enquanto a tarde se dissolvia lentamente
no escurecer do dia,
havia um corpo para onde, festivamente,
uma emoção escorria...
Hoje, só o silêncio fala na pele
tão sossegada do incauto arrepio,
e não há nada nela que revele
a boca do antigo cio.
As mãos que habitavam lascivas respostas,
quando a beleza do olhar soprava um convite,
tateiam hoje, trêmulas, pelas costas
de uma ausência que nem saudade permite.
A quem não leva flores nem deixa sementes,
e de si tira o que não pode repor, suponho
que só resta perguntar, em noites dementes:
Onde se perdeu o sonho?...