GOSTO DE RECOMEÇO
Desperta do sono e abre as janelas da alma
nela, não há pressa, só calmaria
não há calendário, nem horário
a proposta é viver cada fração de segundo
sem se deter no passado, nem ansiar o futuro
No transcorrer da vida, lutou
para não construir muros
nunca vestiu as janelas com cortinas
nem seus sonhos com temores
secou as lágrimas com o lenço da fé
suplantou muitas ausências
sustentada pela esperança
não cedeu a tentação da vingança
Vive cada dia como se fosse o último
olha através das vidraças
e enxerga sempre um cenário novo
mergulha para dentro de si mesma
e percebe-se quase uma desconhecida
mesmo assim gosta da sua companhia
O calendário marca o princípio de um novo ano
para ela, isso tem pouca importância
em seu íntimo, cada segundo é especial
tem gosto de recomeço.
(Imagem: Lenapena)