População cega
População cega
Sombras crescentes, bruma viscosa
Obscurecem os olhos da população
Assombram com ímpeto e devoção
Propagando-se odienta e perniciosa
E cegos, crentes da pueril salvação
Das falas jocosas do cruel orador
Acreditam piamente no salvador
Aquele que os direciona a perdição
Lobotomizados, andam obscurecidos
Numa crença torpe e catatônica
Sem respostas, uma frase lacônica
Ao precipício são lentamente conduzidos
Triste povo que a inércia dominou
Triste terra feiticeira que jaz estagnada
Entre presas sanguinolentas devorada
Que imersa em mentiras... Quedou!
Clama agora os poucos sobreviventes
Que a luz transponha a bruma vil
Que o povo deixe de ser débil e servil
Afastando essa corja eternamente.
Eduardo Benetti