POR MITOS DIGO
 
 
Isis teu filho não amou
Poseidon
quis os ares longínquos
do que mares perpétuos
de vazio e ilhas de paz
foi buscar as tábuas
dos arcanjos menores
que nada diziam
sobre o amor
falavam da dor
como se da dor
nascemos pra sermos
eternos filhos do inverno
de ângulos-seven
Isis o verde puro dos campos
não traz tua íris
no descampado
que está por baixo
onde dorme cansado
meu espírito
preciso da imensidão
das larguras débeis
que vagam na escuridão
dos dias p’ra te ver
oh Hórus que vinga
lágrimas de suor do andarilho
sou filho da sombra
preciso da noite
pra esconder meu destino
quero vê-la no perfume
do breu cinza
perto das margens
nas aragens bucólicas
de qualquer rio
teu fascínio por minha distância
amor de ânsia
frequência dilacerada
cardíaca
teu jogo é medonho
dentro de uma meiga doçura
amo teu fogo medonho
que queima minhas
fantasias de poder tocar
teus sonhos
e saber desejar-te profundamente.