DESPERTAR
Havia um despudor no ar
A aurora nascia nua e fria
A lua devagar se recolhia.
A relva sentia o efeito orgástico
Umedecida pela doçura do orvalho
Sabia que estava pronta pra germinar.
Nas árvores as folhas pendiam
Vencidas pelos sonhos
Que o amanhecer, iria desfazer.
Um véu de tessitura finíssima
Cobria com delicadeza, o leito do rio
Criando doce ninho de amor
Que logo, logo, o sol,
Se encarregaria de dissolver.
Para ela, no entanto....
não era só o romper de um novo dia
Era mais, muito mais...
Ela sabia, ela sentia...
que a cada alvorecer,
Era hora de renascer.
(Imagem: Lenapena)