Salão de biblioteca atravessado pelo Sena

Verei a fábrica... Torres e chaminés,

os mastros da cidade...

Baudelaire, As flores do mal

Aqui

meu cabelo fica carregado

de eletricidade e brilho

na pegada faminta de eros

Rumino neon fumaça e moda

sem nenhum drama ideológico

reaprendo no cinema o choro

e a percepção da massa matriz

Leio na palma da mão os rastros

a seguir neste salão

atravessado pelo Sena

e astros como Valèry

Na cama monto sonhos

páginas e putas – o fogo

tem corpo e alma cheia

de fronteiras, passagens