BARRIL DE PÓLVORA
Houve um tempo neste acontecimento
Chamado amor em que tudo fora belo
O inverno incrédulo chegou arrasando
O sentimento mais-que-perfeito das estações
A boa relva secou expondo o solo fragilizado
Aquele amor cresceu num solo ruim, pouco aderente
Cheio de infindas excrescências e de parca fertilidade
Bastou vir o tempo de dificuldades para morrer
Para transformar-se em pó, escorrer vale abaixo
Nos olhos, o quê antes era conexão e devoção
Hoje é um barril de pólvora com pavio aceso
Consumido-se, consumindo-se, consumindo-se
No aqui-agora deste amor murcho e morto pelo frio
De escassa dedicação só resta uma bêbada solidão