NÃO ABRA A PORTA
NÃO ABRA A PORTA
Quando alguém bater um dia à tua porta,
E se disser um emissário meu,
Desconfie, ainda que seja eu,
Meu vaidoso orgulho não me conforta.
Prefiro bater à porta irreal do céu,
Porém se, naturalmente, e sem ouvir,
Eu por ventura sentisse saudade do fel,
Batesse a sua porta, te peço não abrir.
Quando encontrares alguém como que à sua espera,
Que ouse bater, medita um pouco. Talvez esse era,
Meu emissário, incauto e de cabeça torta,
Porem só abra a quem não lhe bater à porta.
Maria Clara Aparecida Schmidt