DELIMOND CRONE
Invocação
 
 
Os leve-pés sortidos
Vagam beira do rio acima
Insetos miúdas labaredas
Estrelas me vendo
Vendendo minha alma
Aos demônios
Anônimos que passeiam
Ao redor do bosque
Que golpeiam minha sorte
Descendo sobre mágoas
Do imortal que vem do norte
Buscar minha agonia
Agora vertente possuída
Chora dores
“A muito não tenho dores
De gente sofrida”
Voltei meus anos
Coração de prantos
Humano de sonhos
Resplandece uma vida
Maligna
De sinas viciadas
Companhia de sustento
Leve torna o vento
Que empurra meus anseios
Até onde está
O veneno que me ataca
A quarta lua de Wicca
Escondida pelo tempo
A quarta carta
Do centro nervoso
Que me espera
Tampo de orações profundas
As fraqueza de signo
O destino da chave mestra
Está comigo
Onde está  o abrigo
Que contém minha busca
Quem ofusca
Estes passos malditos
Distante vejo o aviso
De fumaça sobre o telhado
Minha morada se despede
Preciso ir descendo
Preciso descer no abismo
Que logro vencido
Está me vencendo a cada dia
Eis o velho tronco
Caído no leito de pedras
O que reserva
tenta escapar pelas águas
minha pressa
quer possuir uma donzela
que fui nas eras do comum
mitrus poden vitrus
cretus nuryat
sereia dos mares
para o rito da noite
preciso dos favores
antes que seja muito
além das tardes
na “noite fria”
estarei para sempre
sozinha...