UMA EXEGESE

O que será do tempo, quando do esquecimento,

Quando não for mais necessária a lembrança,

Quando não suscitar mais a saudade,

E o que será da esperança,

Sem a reconciliação com o passado,

Se não houver o arrependimento,

E não havendo, o que será do perdão,

Da compaixão, da redenção do momento,

A tolice da vaidade não será tolerada,

Mas o aprendizado do orgulho,

Será esquecido;

E será assim, insofismável, a hora em que

O homem, não tendo a posse de sua memória,

O fim do início de sua própria dinastia,

Eis que seja então uma exegese:

Nada sobrevive a obliteração

Da própria história.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 31/12/2015
Código do texto: T5496752
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