Viver sim, sem as mordaças do mundo!
Viver em liberdade, como se não houvesse este mundo!
Recomendo aos mais jovens, aos tristes, os encapuzados,
Que livres se convertam, que alcem voos, que quebrem paradigmas!
Deixem todos os átomos em ação, na velocidade dos segundos,
No espelho das horas, sejam eternamente adolescentes,
Não tenho outra visão da vida, gaivotas planando nos céus,
E estes meus olhos ingratos, que choram quando eu sorrio,
Que sofrem quando eu espio a humanidade!
É bem verdade que meus olhos, em outros tempos, foram cegos,
O tempo me trouxe a noção do espaço entre uma pessoa e outras tantas,
Por isso, grite quando tiver vontade, grite quando tiver saudade,
Grite, quando outro ferir sua liberdade!
Não se apague às pequenas coisas, essas se apaguem,
Agarre-se ao amor, esse sim, que está em todos,
Inclusive em mim...
Esqueçam as regras, quebre as janelas, mostre os dentes,
Mostre que dentro do seu coração,
Tem gente!
E não tenha medo de caminhar esbarrando no ódio,
Nos ombros de quem não lhe conhece,
Empurrando seu corpo contra os muros,
Sua vontade é maior que o universo!
Ah, que boa loucura!
Ensino à todos, mordam a carne com desejo, como beijos libidinosos,
Deixe deliciosos pedaços de você no corpo de quem você ama.
Propague as chamas, pelo direito, diretamente livre,
Totalmente em paz, com o que a vida lhe traz.
Olhe essa Lua, veja essa Lua, sinta essa Lua,
Fique nua, cubra a pele com a luz,
Sinta na retina a vontade de ser ver,
Como realmente você deve ser.
Apanhe flores, recolha as mãos,  abrace o universo,
Não se culpe, não se odeie, não pestaneje
Em dar um soco em quem lhe agride.
Revide aos insultos, sem insultar,
Faça calar a alma do outro,
As pessoas têm medo dos loucos,
Então, aproveite.
Deleite-se com um simples sorvete de morango,
Hoje, não penteie os cabelos, não raspe os pelos,
Brinque de pintar o espelho com  batom,
Deixe tudo vermelho, o velho e o novo,
Negue a maquiagem ao seu rosto,
Use aquele vestido que ele não gosta,
Use o maior decote, recorte figuras das revistas,
Revisite a si mesmo,
Cumpra o que a lei dos delírios lhe determina,
Felicidade nunca termina, enquanto houver paz,
E a paz se faz com a liberdade,
De braços abertos, imitando o Cristo,
Mirando o outro lado da imagem,
Fingindo morrer junto com a paisagem.
Faça uma relação das coisas que não fez,
Faça relação com quem ainda não fez,
Faça filhos com quem ainda não tem,
Faça feliz, quem ainda não fez.
Não repare seus erros, repare nos erros dos outros,
Apague da memória os tempos ruins,
Tudo deve ter um fim,
Mas o amor, não,
O amor não,
O amor, não.
Rasgue a pele do seu peito, pelo que lhe é direito,
Esqueça predicado e sujeito, conjugue como quiser,
Seja homem e mulher, seja outro,  seja um, seja alguém,
Nem bem os ventos sopram, e tudo muda,
Muda de lugar, muda de sorte, de azar,
Mas ainda se pode chegar, escalar montanhas, galgar etapas,
Fugir do amaldiçoado lugar-comum,
Eu recito um poema, aprendo e ensino com  ele,
Que aquele que não conhece a liberdade,
Não sabe o que é viver de verdade.
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 31/12/2015
Código do texto: T5496693
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