Vodka
Vodka em copos de marfim
numa mesa com Rimbaud e Baudelaire
cantando sepultamentos antigos
dos poemas fúnebres de Poe
em uma noite sem sol nem estrelas
e corvos pululantes no meio fio
de sonhos cadavéricos antigos
em cemitérios ritualísticos e um café
para manter as pálpebras acesas
junto aos faróis coloridos assustadores
d’alguma nave alienígena sideral
que carregava salmos apócrifos do além
do tempo em que o conhecimento inda era real.