Whisky
Dois copos de whisky e a noite,
eu e Augusto dos Anjos no botequim
contando miríades de estrelas
incrustadas e aprisionadas
em cubos de gelo dentro dos copos
onde bebericam almas poéticas
contempladoras das inusitadas verdades
que se derramam, mas não são percebidas
aos olhos cegos que veem matéria
e não enxergam que a única realidade
é a de que a morte espreita em cada esquina
somente esperando um deslize
para arrebatar as almas para dentro de uma poesia.