Absinto
Dois dedos em um copo de cristal
dois copos na avenida sideral
eu e Bukowski num papo reto
sobre lápides de mármore frio
entre goles do sangue da fada verde
e cabeças rolaram na ladeira
entre automóveis e poluição
mental, subconscientes sórdidos
encravados na poesia antiga
e nas ressacas lúgubres do amanhã
que passou sem deixar vestígios
e falamos sobre o Pessoa;
e falamos sobre Castro Alves;
e falamos sobre deuses impiedosos
que decapitavam demônios e homens
com foices flamejantes e asco
mas, deixe a garrafa na mesa
pois, poetaremos até o infinito.