O BREJO DE SAINT’S RECALQS
 
 
Mataram o homem
com sua alma dentro
tão linda borboleta
raroefeito dobrada
escondida morta
com um tiro no peito
nada sobra das virtudes
quando a mímica
tem mais prazer lá fora
quando termina a música
que despassa outra
sinfonia criando
prazeres novos
quem quer prazeres novos
quando não temos
podemos masturbar todas elas
na aquarela triunfal
do quarto de casal
onde dorme o homem só
deslizando seu corpo
pelo ensopo deixado
de gosto moribundo
que dela sobrou
ele quis os prazeres novos
as donzelas meigas de olhos
brilhantes
sabiam do seu defeito
estava no espelho refletido
por inteiro bem a sua volta
não podia escapar
quem pode querer outro corpo
outro rosto
outra colagem de homem-moço
pra deleitar sobre
as carnes fracas
as fortes de doença perversa
que imploram
tanto sêmen
como creme de pele
na febre sentinela
que nunca dorme
lhe roubaram o espírito de guerra
a terra sobre os pés
inaugura “travessia de bode”
berra dores de água
sobre peixes todos eles
mortos de sede
pedem o fim do martelo
sobre o afônico
que olha deusas passando
beleza indo e vagando
superfície de acalantos
dizendo adeus
pra sempre adeus
“conforte estes filhos teus
que precisam comer
das tuas entranhas sérias
que toda miséria vindo delas
ainda confortam
o que você sabe que morreu...”