A SÍNTESE DA RAIZ AGUDA
 
 
Dançam as olivas
sobre as bocas sulinas
das finas condutas
de manto branco
respirando orgias
no altar roseado
mascando opio
pedindo ao padre das alturas
que a doçura das oferendas
não tenha suas curas
e estas juras de amor Calvino
estes anjos de cara limpa
alvos de olhos azuis
despidos
sendo crianças prometidas
vingando corações devotos
com arcos de luz
nada temem
podem surgir de todo modo
fosco pintado
parecendo sempre
fêmeas novas nascidas
emblemas postos
como luminárias de cultivo
p’ra o dia nascer
de igual menor vestígio
do que foi verdade um dia
deixe o vulgar ser inteiro
transar no vespeiro
das venenosas cobras das eras
que dormem sobre
o tapete deste castelo de hinos
este bendito seja
que grita aos ventos
que sentam na tua frente
olhando o filho rodeado
de perdão
querendo mesmo saber
o que o pano de fundo
esconde
será que ele foi homem
também gostou
da fome que alimentou
seu berço profundo
afastem a cerca  dos segredos
esta solidão permitida
que vive nos pedaços
partidos de sol
e verá quem está
por debaixo das paixões
miseráveis que sentam
a sua frente
estão lendo teus lábios
comendo teu escárnio
por dentro
olhando as horas
e quando tudo termina...
...fizemos nossa parte
agora é domingo!