A INDECÊNCIA VISITA TUA CASA
 
 
Disgrace inquieta insólita aposta
sua delicadeza invejada
na sutileza dos pobres
que precisam de algo
pra manter o futuro ainda vivo
descobre uma porta aberta
sem escolha de ficar fechada
por causa do ar da morte
rondando por perto
seus olhos de inferno
não buscam mais o tesão
de antigamente
dos verões vindo
com almas calientes
agora aquece as vulvas velhas
com indecentes buscas
de si mesmo nas faces
rudimentares dos outros
que loucos fantasiam
um gosto que ela não tem
não ama ninguém
ama o caso do descaso maldito
escrito numa mesa
de grandes bestas de argola
sobre as retinas
respirando níqueis e diamantes
para o bem estar
de sua facínora alma
precisamos do espaço cativado
espaço de enfeites
espaço inventado
mesmo que o lugar
seja indecente
se for aceito
estaremos bem
saem dizeres vulgares
pra terminar o inicio do fim
pra começar o fim
de tudo que poderia ser belo
um selo de carta marcada
vence a vida serena
terrena sobe aos valores astrais
o sangue não verte doce
no coração que bate
pra manter um edifico
coberto de raízes velhas
pedindo vingança
as ilusões da herança
que procura ser jovial
quando níqueis e fundos
serão maiores
que todo vestígio de mundo
que vaga mundo real
sem ter onde pousar..