O PORTO DA ILUSÃO

Meu desejo é um cego perscrutando...

As paredes ilegíveis do tempo.

Nas fúteis flechas atiradas ao vento,

Voo ao teu encontro horizontando.

Quero deitar o meu olhar sobre o teu infinito;

Saboreando teu vai e vem incessante,

Apascentando a minha alma errante,

Mergulharei em teu silêncio o meu grito.

E assim respirarei o teu cheiro oceânico.

Me embriagarei nas brumas desse teu agito.

Que sejas tu, a ultima imagem ou abrigo,

Sob a luz eterna de um fulgor atômico.

Quando fores enfim a poética saída;

Uma porta à uma constelação nascente.

A ilusão num beijo úmido e quente,

Me fará renascer numa nova partida.