ALAMANDA

Plantei uma muda no quintal

satisfazendo o desejo dela,

tratada com cuidado paternal,

esticou-se e floresceu bela.

Vieram depressa as flores roxas,

ligeiras como estrelas cadentes,

formando as curvas das suas coxas

em formato de cálices ardentes.

Ramos longos por mim guiados

distanciaram-se do terreno alheio,

esparramados ao longo do telhado,

copiaram o formato do teu seio.

Juro pelo gosto dos teus beijos,

que cultivarei frondosa a planta

ainda que me sacudam dos eixos,

do centro da vida e da esperança.

Meu juramento ouve como mantra,

na reverência do cântico de um hino.

Pacto meu, seu e da dona da planta,

nos mistérios de um convívio trino.

JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS
Enviado por JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS em 30/12/2015
Reeditado em 28/09/2016
Código do texto: T5495640
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