CIRCUNSTANCIAL

Um dia meus ossos deixarão esta carne,

O vício da pele deixará de existir.

Não terei mais contato com o mundo,

Nem com ninguém.

Meus pecados, pagarei aos poucos,

Deixarei alguns em terra.

Meu semblante

Não será como antes.

Estarei abatido

Como o amor sofrido...

Não terei flores me cobrindo,

Apenas o tule puído

Deixando à mostra

Os pés descalços.

Alguém contará minha história

Para aqueles que nenhuma memória

Guardam de mim.

Outros irão chorar

Jurando me amar

Sem nunca terem me amado.

Do outro lado, eu creio,

Estarei deitado sobre os seios

De uma mulher circunstancial

E de vida fácil.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 29/12/2015
Código do texto: T5494816
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