Morrinho de São João (Catalão-Goiás)
(para os catalanos de nascimento e os de coração (catalanos por escolha)... um poema bem catalano.
Catalão do Morro de São João.
Eternal morrinho da Saudade.
Tu marcas qualquer coração,
que displicentemente o
dono, em ti, puser o olhar.
É amor à primeira vista!
Ocupas mais de mim do que sabes.
Na tua noite tantas frases de amor
foram ditas a moças enamoradas.
Tantos já foram no teu alto para
consertar o coração, desceram
extasiados de beleza e sossego!
Quando parto, furto tua imagem
e levo comigo. Guardo no bolso
de esconder preciosidades; levo
na mente que guarda os amores.
Quando te olho calado é do amor
por ti que estou falando no olhar!
Vives aí cravado, e andas em tantas
partes nos devaneios dos teus filhos
que partiram. És de terra e fazes água
nos olhos dos mais sensíveis. Não és
apenas uma porção de terra e pedra,
tens alma e a admiração de um povo!
Às vezes, veladamente, na correria do
dia a dia, todos correm o olho em ti.
Olham porque te sabem diferente
das coisas inúteis da cidade,
sabem-te grande e belo.
E, atinam-te, mágico!
Se pudesse passaria dias ali
com o vento no meio da face.
Devoraria versos de Cornélio
e Ricardo Paranhos, e seria
livre para a tua paz e mudez.
Seria bicho, seria morro;
pelo menos uma vez!