DA LIBIDO MACABRA


A vingança no baluarte
da arte de ser visto
diferente daquilo
que cresce pela arte
das palavras impuras
na conjura perversa
foi corromper os vermes
corroídos da magia
de poderem ver-se
destruídos do cerne
de serem vermes
de um inferno doente
o corpo pouco importava
que o sopro menor
de louco sonhando
que dedos apertam
o falo que mudo
vomita dores contidas
fica sem cores
no escuro profundo
das dores sem vida
gritando pelos ares
gozas em minha saliva
que derrama “lares”
da minha casa invadida
menina vadia
mulher refeita
leva consigo
o conteúdo bélico infante
de toda fantasia
não há recluso
que pondera escolhas
entre as finas desabrochadas
velhas brutas tolas
senhoras ressecadas
de toda pompa
maduras em pose
de estátua
seguram suas taças
nas praças
bebem o veneno
que escorre no orgasmo
nos becos entre
os vagabundos malditos
intranquilos
pela cena do crime
querem invadir
o sexo frágil de olhos selvagens
entre as farpas de roupa
amarrada de bruços
olha os velozes mímicos
lambendo a cerca vitrine
risada vampira
dentes afinados de soluço
cospem luxúrias
dizendo o que esperam
pra terminar a noite
pra terminar comigo
pra jorrar a fonte
dos prazeres secretos
venham dançar
nas minhas entranhas
sou o suicídio das deusas
do amor casto
ela dissolve-se no algoz
de voz suave
que veio dar-lhe
o que amava entregar-se
numa cama de desejos
molhada onde dormia
a noite depois de beijos
e enfeites de “asno”
um homem farto do dia
infarto me via
tremer de vontades...