Brisa 
( Prosa )
 
 

Responde-me ó brisa,
Onde foi parar a alegria que pulsava com a mais pura emoção
Dando mil motivos para os olhos viverem à sonhar,
A alma invadida  misturava-se com o azul céu infinito e ao tom mais verde do imenso mar.

Onde está a sensação feliz, por saber que poderia falar com as estrelas a todo instante, pela felicidade precipitada de que iria um dia beijar àquele sorriso que tão bem me fez e ainda faz.

Brisa
Depois de você e do despertar para além dos sonhos,  à realidade.
A razão de estar sobre a  terra, para mim, sei, terminou.

Incompleto tornou-se o meu mundo,
Não misturamos a essência do nosso olhar, só há um mormaço triste
nessa falta, pela ausência do seu não abraço.
Sem o toque dos seus dedos que recebiam tão bem os meus loucos segredos.

Depois de tudo e do nada que restou, as noites perderam o brilho, acentuando a negra cor, o vento vem mas não aquece, é triste, tudo sem motivação, assim desolada, sem o seu mesmo que, fúlgido  amor.

Restou o longo deserto por não tê-lo nunca bem perto. Restou a certeza pela primeira vez, da mais sentida e mais dura solidão que em mim ficou.
Restou a dolorosa e mais triste poesia guardada,
Que nunca será recitada. Nesse amor sem vez sem voz, sem nós.
Percorrerei esse deserto até à morte.

Ó Brisa... Envolvente Brisa
Cá vamos nós pelas ruas cinzas, eu,  tu e a desilusão, de mãos dadas, sorrindo sem graça para a tristeza, abraçando o vazio que é viver sem ter mais nada de você.

Brisa... Que refresca mas não convence, essa mesma que passa por mim, haverá de chegar até você, de tão! O calor desse amor, aquecerá seu corpo amado em noites frias, à sua revelia,
E esse desânimo de caminhar sem nada esperar, mata-me.
Pois que suspira ainda com vida o amor.

Brisa
Feito a poeira expirou-se pelo ar, se foi...  Indagando ao tempo, onde ficou o som da voz que alimentava a  ilusão, quis saber onde foi parar tanta doçura nas palavras...
Tentando em vão  escutar o seu eco mudo, que através do seu ouvido a fazia flutuar junto às leves fascinantes plumas.

Como dói o silêncio... Corrói como um pior castigo.
Pobres ouvidos, os meus,
Hoje ensurdecidos pela indiferença e pela saudade.
Foi para sempre,  me deu o último adeus,
Levando a brisa leve que só o amor consegue deixar.
Que mal eu fiz?

 
Liduina do Nascimento






















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Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 28/12/2015
Reeditado em 16/10/2019
Código do texto: T5493564
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