MUROS REFLETORES

De pé diante

Mentiras cansadas

Vejo fantasmas

De um passado

Desastroso.

O engano

É um espelho

Disforme, inerme,

Hirto. Uma distopia

Sem tempo

Sem pressa

De corroer

Seus vermes

Sua carne

Seus medos

Entranhados

Em velhos sonhos.

No final, tudo

Acaba. A alma

Precisa de esperança

Lustrosas alianças

E vê mesmo

No reflexo turvo

A possibilidade

Polida e latente

De um novo

Amanhã, sem

Muros refletores

De falsos atos e ditos.