ANO NOVO
ANO NOVO
O ano já nasce velho
É repetente
Não foi a escola
Baixou enfermaria
Levou pancada
E assim não passou de ano
E pelo jeito
Não está disposto a mudar
Continua não querendo estudar
A não se tratar
A levar pancada
Correndo o sério risco
De jubilar
Permanecendo no ano
Que não acaba nunca
Entra ano, sai ano
Desde o tempo das carroças
Dos marajás, dos anões
Dos tucanatos, dos petralhas
Dos mensalistas e mensalões
Dos lava-jatos, dos petrolões
Dos Severinos, dos Cunhas
E os macunaímas continuam
Deitados em berço esplêndido
Repetindo de ano
Ano após ano