ANO NOVO

ANO NOVO

O ano já nasce velho

É repetente

Não foi a escola

Baixou enfermaria

Levou pancada

E assim não passou de ano

E pelo jeito

Não está disposto a mudar

Continua não querendo estudar

A não se tratar

A levar pancada

Correndo o sério risco

De jubilar

Permanecendo no ano

Que não acaba nunca

Entra ano, sai ano

Desde o tempo das carroças

Dos marajás, dos anões

Dos tucanatos, dos petralhas

Dos mensalistas e mensalões

Dos lava-jatos, dos petrolões

Dos Severinos, dos Cunhas

E os macunaímas continuam

Deitados em berço esplêndido

Repetindo de ano

Ano após ano

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/12/2015
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