Canção do mar…

“Só quem está em estado de palavra pode

enxergar as coisas sem feitio”. Manoel de Barros

Naquela noite eu estava afeito

um mar morno e arrojado.

Se buscasse com cautela

encontraria em mim

restos de amor

dos peixes!

Se eu me educasse bem

tornaria um cais de

areias brancas

com gaivotas

em revoadas.

E gente descalça

e meio desnuda!

Nas minhas areias quentes

pessoas desfadigariam.

E a brisa matutina

acariciaria a face

meiga de quem

se dispusesse

a trocar

passos

à margem de mim!

E a canção dos mares me gorjearia!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 27/12/2015
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