FÚNEBRE
Meu amor, não morra no corredor,
O tapete é novo, pouco foi pisado.
Tente morrer do outro lado,
No quarto das crianças,
Ou na sala de jantar.
As mobílias observam seus atos,
Quantos, de fato, os espelhos revelaram?
O que diz do seu passado
A cristaleira do seu avô?
Deixe os pés descalços,
Feche bem os seus olhos e
Sorria com fartura,
Morto sério é muito chato.
Apague a luz e acenda o abajur,
Sua silhueta imóvel
Será sombra na parede.
Meu amor, use o vestido encarnado
E o broche de escaravelho.
Quanto mais velho o vestido,
Melhor para ser morrido...