Encontro das águas
Qu'insana mistura d'frio e calor...
Às vezes não sei bem se é noite...
Ou se apenas estou morto...
Se é só frio ao sol no deserto...
Ou apenas febre...
Explosão contida!
E todo este tremor?
Essa falta de palavras...
Este sabor...
Sensações...
E um enorme aperto sufocador no coração...
Esta lentidão que antecede o furacão...
Não sei se são fantasmas a vagar no negro mar...
Ou apenas nuvens em meio apocalípticos meteoros...
Onde as violentas ondas espancam as rochas...
É como tentar gritar quando não há quem possa ouvir...
É tentar entender o inexplicável!
Tentar se libertar d'uma prisão invisível!
Seguir a diante...
Quando o universo é oposto a seus passos...
Onde as almas vagam...
Como se estivessem sob o efeito psicodélico da neve que nunca caí...
Como cegos, qu'entediados caminham sobre a corda bamba...
E a fronte ao abismo mais profundo
Mas sentir teu abraço forte...
Tuas mãos bem firme segurar as minhas...
Como alguém que encontrou a salvação...
Tua boca sussurrando aos meus ouvidos...
O contínuo desejo de ter-me para todo o sempre...
Que pelo infinito almeja caminhar comigo...
Que todas as horas e os anos jamais serão suficientes pra lhe saciar...
E que mesmo depois da velhice...
E após a vida rompida...
Ainda assim desejará estar ao meu lado...
É quando tudo passa a ser mais belo...
É quando teu amor, me conduz aos céus...
E me livra da dor...
Revelando então, que diante d'tal sofreguidão...
Deveras é a necessidade d'um anjo salvador que nos ame...
Que com sua voz suave e doce nos acalme...
Que com seus abraços nos faça companhia...
E segure em nossas mãos quando estivermos inseguros...
Que com teu coração e teu infindável amor, nos de abrigo!
Formidável é sentir o teu tocar d'amor em meu coração...
Tua voz, desejando levar-me ao mar...
Outr'hora para o espaço sideral...
Mas que sempre estará presente, como a areia na praia...
Como as estrelas no desanuviado!