há de chegar o dia
não é daqui o rio que pestanejo
mas o invento
dos entulhos das pedras
não sei o que é estar vivo
pois a coisa morta aprendeu
a andar sob o sol, e nos
inunda com com sua imundice.
demos crédito demais,
palavras demais
ao imbecil que nos imola.
soletro a claridade
quando descanso dos escarros.
mas há de chegar o dia em
que veremos esses cadáveres
amarrados na língua do fogo