BZZZ BZZZ BZZZ
Noite.
Luzes apagadas.
Cama quente.
Hora de dormir.
Bzzz Bzzz Bzzz
Chega o pernilongo
Vagabundo atuante
Anti-sono constante
Com sua sinfonia
Bzzz Bzzz Bzzz
Irritante, chato
Ele, o maníaco sanguinário
Zumbe nos ouvidos
Com um alvoroço infernal
Bzzz Bzzz Bzzz
Companheiro indesejado,
Persistente, lamuriante
Com sua fina canção sem fim,
Que faz os ossos rangerem.
Bzzz Bzzz Bzzz
O sono vai embora
Devido o intrusivo
Inseto apoético, aético.
Perde-se a calma, a alma
Um tapa; pernilongo
Convertido sob ação de forca
Numa estrela de sangue
Uma petéquia adesiva
Sem mais ritmar o seu
Bzzz Bzzz Bzzz
Regressa a calmaria
Santa alegria momentânea.
Alta noite, bons sonhos
Não é que chega
Um novo pernilongo
Bzzz Bzzz Bzzz
Bzzz Bzzz Bzzz