ALHEAMENTO

ALHEAMENTO

Os olhos já não enxergam

Mas visões a seguem

E somem

Como num passe de mágica

Cegando a lucidez

Que se finda

Mas existe ainda

Um pequeno sopro de vida

Vencida

Alheada do hoje

Perpetuada no ontem

Abandonada de amanhã

Resta olhar

De mãos atadas

A agrura do tempo

E pedir que o delírio

Seja um colírio

Aos olhares agora vagos

E que já foram afago

A muitos que brilharam

Com olhares seus

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 25/12/2015
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