Novo aparelho, Nova vida

É bem difícil adaptar-se a um teclado novo

na hora de escrever o que se sente nesta vida.

Hardwares novos são um mal de todo o povo,

adaptar-se e reaprender neste século é a sina

nossa. Foda. Cheguei no fundo da poça

agora eu preciso dar um fora daqui, subir

voltar pra cima, recuperar minha habilidade.

Escrever com os olhos vendados de verdade.

Até lá eu não posso fazer mais nada bem.

Eu não entendo a falta de acentos nisso também.

Importado do americano e fodeu o brasileiro sério,

mas sem mistério, que se dane, sou escritor e tenho fé

que posso tirar arte até de rocha na época de Moisés.

Mesmo com um hardware novo complicado

de se usar eu o desafio com verso rimado,

não para vencê-lo mas para dominá-lo.

Trazê-lo de bom grado para o meu lado.

Mostrar que onde há letras eu sou o letrado

buscando o título de poeta, deixar de ser pateta

deixar a minha alma esperta, tirar dela a careta,

lapidá-la, deixá-la mais esbelta, ter minha alma de poeta.

É um corre-corre para ver que monstro come que monstro eu mostro que posso aposto que ganho e ainda danço e canto e espanto o santo, o deixo em pranto enquanto vou rimando, escrevendo, criando, fazendo, contando a história do hardware novo.

Agora eu vou parar de brincar

com o meu antigo celular

e começar a criar com meu novo hardware

sem que eu nunca pare.

Agora que eu tenho dezoito anos,

muito tempo ao meu dispor,

muitos anos pela frente bem defronte

de minha fronte

É hora de começar a escrever a sério.

Eu espero que todo o mundo entenda

que amo escrever mesmo que isso pareça

não trazer nada passível de toque no mundo.

Só adiciona contúdo, aumenta o tudo do mundo,

estou querendo ver aonde isso vai me levar.

12/12/2015