O SOL CAUSTICANTE

Poema de:

Flávio Cavalcante

 

Ardeu no colo da pele sombria

No final daquela tarde sorumbática

Encorpado na sombra célebre da lua fria

Em começo de noite que não refazia

Trouxe as mazelas da língua nua e crua

Depois de um triste e estupefato dia

Tudo ficou muito mórbido no final da tarde

Um silêncio que o ranger dos dentes se fazia

No entardecer o vento soprando quente

Atingindo veemente a pessoa asmática

Estava bem ali na paisagem deprimida e apática

Onde havia vida no arrebol da casa que foi tua

E ele abençoa a flor com toda alegria

E ainda reza que a esperança se insinua

Causticante de doer nas profundezas

A alma gemeu rogando por clamor

No vermelhusco do sol tudo virou vapor

A dor que chora aquecendo o coração

Transbordando de rancor e desilusão

Até a chuva se recolheu em proteção

Em sol causticante tudo virou maresia

E no arrebol com o sol que derretia

A tristeza se transformou em alegria

E aí sim...

Tudo se inspirou em poesia

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 24/12/2015
Reeditado em 01/01/2024
Código do texto: T5490160
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