O SOL CAUSTICANTE
Poema de:
Flávio Cavalcante
Ardeu no colo da pele sombria
No final daquela tarde sorumbática
Encorpado na sombra célebre da lua fria
Em começo de noite que não refazia
Trouxe as mazelas da língua nua e crua
Depois de um triste e estupefato dia
Tudo ficou muito mórbido no final da tarde
Um silêncio que o ranger dos dentes se fazia
No entardecer o vento soprando quente
Atingindo veemente a pessoa asmática
Estava bem ali na paisagem deprimida e apática
Onde havia vida no arrebol da casa que foi tua
E ele abençoa a flor com toda alegria
E ainda reza que a esperança se insinua
Causticante de doer nas profundezas
A alma gemeu rogando por clamor
No vermelhusco do sol tudo virou vapor
A dor que chora aquecendo o coração
Transbordando de rancor e desilusão
Até a chuva se recolheu em proteção
Em sol causticante tudo virou maresia
E no arrebol com o sol que derretia
A tristeza se transformou em alegria
E aí sim...
Tudo se inspirou em poesia