DO LAMENTO NO TRONCO
O LAMENTO DO TRONCO
O falso presságio
apontava flechas
no arvore frondosa bela
com orgulho de possuí-la
degluti-la
tê-la por dama de uma noite
servi-la
aos pecados proibidos
que vem com libido
protestar contra volúpia
que chama
que chama deve apagar
todo vestígio de fauna
que declara sermões
no púlpito de um galho no alto
posso alcançar os dias
que sonhas grita
deixando cair folhas
agora desnuda
caule frágil insegura
olhos agudos
boca de lábios carnudos
coma-me com fome
quero ver tuas
vontades imundas
deixar minha pele
sobre o mormaço
que respirava fontes
por baixo da terra
onde fui feliz alguns anos
antes dos planos
enganos que vieste
ter aqui
fui uma pequena planta
amando ser pisada
por outras tantas
que destas nem este tanto
posso ver por ai
agora que caio
martyria sem sono
sobre o tapete que via
de cima tão verde
agora vedes que cor
terás meus escombros?
Música para ouvir : Gotye - Heart's a mess