Artifício da Esperança
Eu, pólvora nua,
Sonhava um dia
Morrer de alegria
No meio da rua.
Estrela cadente!
Eu peço a paz...
Não deixe jamais
Que eu seja do mal.
Papel em cilindro
Pavio numa ponta,
Eu fico até tonta,
Virei dinamite?
Chegada a hora
Aceso o pavio,
Mas onde se viu?
Não vou explodir?
Subi de repente
Estouro no céu
Formando um véu
De estrelas cadentes,
Até me comovo...
Virei esperança
De alguma criança,
Já é ano novo.