A DAMA LUSIAS DE ANÍS
A DAMA
LUSIAS DE ANÍS
Joias nas folhas de inverno
no alto das premissas de orvalho
que caem sobre o desatino
pensamento que tenho
p’ra forjar secretamente
um diamante que seja único
partindo de toda vida
abundante
que clareia meus sentidos
em toda flora respirando
sua pele por onde ando
flutuante
porque o esmero dos talhos
finos
são cristais vivos se partindo
a todo momento
na essência que louva
minha vontade de ser
firmamento
de estrelas caindo
por cima de onde você passar
feito pedaços de mim mesmo
espalhados
espelhados de céu aberto
sobre o chão
lago de luzes aos pés
de toda deusa
não carrego cruzes
nem fardos
não serei um farrapo
apaixonado
num relance pequeno
o beijo que mata
o desacordo que sinto
das fontes do equivoco
que outros possam
querer jogar
tem um gosto ainda secreto
pelo que olho e vejo
sinto e anseio
pertence as marcas
deixadas de sua tenra beleza
que me encontra
me desmonta
de ser menino apenas.