JÚPITER

Às vezes as estrelas nunca dormem
na paz dos céus
elas vivem entre nós
espírito inquieto
pergunto ao nebuloso fim
de tudo
onde podemos buscar
as essências figuradas
que trazem de longe
o louco palhaço do palco
o gênio imortal
das atitudes
a humilde força brutal
nascida do inferno
nunca morre de verdade
será um aviso das coisas
que o tempo das coisas
não tem tempo
pra todos nós
vai à frente
segue o presente
andante no escuro
parece ver sobre escombros
de tudo que já foi feito
descobre no muro
que lamentamos ser tão alto
tem flores nascendo
com perfumes delicados
dizendo podem
atravessar o outro lado
eu vi as flautas dos magos
fazendo flutuar os tons
vulgares
e quis o vulgar pra deixar
escrito sobre a mesa
que nem sempre as belas
são felizes sozinhas
que a tristeza tem lugar
reservado
fui um dado preciso
das notas musicais
deixei perdido nos ares
toda imaginação
todo alimento das gaivotas
no cais
sobrevoando o tempo
vendo o tempo passar
passarei a amar o verso
de cada um que ouviu
minhas aventuras
elas são nossas loucuras
vistas por dentro
eu vesti minhas imagens
sobre...tudo
acordarei nos sonhos
minha nave será minha
lápide imortal
voarei nas canções que fiz
quando quiser pode
abrir a porta
estarei ainda do mesmo
jeito
estarei feliz...