PONTOS CARDEAIS

Não me importa juntar as minhas coisas

E seguir por continentes desconhecidos,

Fui suposto a mim mesmo

Escolher o errado destino.

Deixei de lado as esperanças

E os olhos mirando o azul,

Ser eu mesmo apenas, me basta,

Sendo pequeno eu entro em qualquer mundo.

Não existem tantas portas a serem abertas,

Basta escolher a porta certa e bater,

Pedir licença para sentar

E contar histórias a quem queira ouvir.

Já festejei muitos anos em minha vida,

Tantos braços estiveram em meus ombros,

Bocas balbuciaram algumas besteiras.

Algo que eu já havia feito

E não queria me lembrar.

Foi-se o tempo da incerteza,

A inconstância do medo,

Medo de sentir-se sozinho

Em ruas mal iluminadas.

Ruas desenhadas por seres da noite,

Habitadas por fêmeas no cio,

Que se davam para seus homens

E por fim, o vazio...

Vesti minha casa de tristeza

Quando deixei aquela mesa vazia,

Eu sabia, a certeza um dia chegaria.

Não fui homem com muita coragem,

Não quis enfrentar inimigos,

(*sequer os tive)

Os amigos que tive,

Dentro de mim,

Ainda vivem.

Eu me esquivo dos obstáculos,

Retiro todos os espinhos,

Minhas unhas quebram,

Sozinhas.

Quando procuro sentidos,

Percebo que a bússola está quebrada

E a estrada que eu seguia

Não vai dar em absolutamente nada.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 21/12/2015
Código do texto: T5487358
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